Religion & Spirituality
Há quem pense que o “Deus do Antigo Testamento” é muito diferente do Deus do Novo Testamento e que Ele, sem nenhuma razão, chamou Israel para cometer genocídio contra os cananeus. Ao longo desta semana, vamos estudar o contexto de Deuteronômio 7, além de outras passagens, para formar um quadro mais completo sobre o tema. Na verdade, não se trata de nenhum genocídio, porque Deus joga limpo com todas as pessoas em todos os momentos, dando-lhes oportunidades iguais de arrependimento e mudança. O pano de fundo de Deuteronômio 7 aponta que o Senhor concedeu aos cananeus mais de quatrocentos anos de tempo de graça, durante os quais Ele enviou profetas e advertências. Ao falar com Abraão, Deus previu que os cananeus posteriormente se tornariam tão perversos que Ele teria que dar aquela terra a outras pessoas (os descendentes de Abraão). Mas, naquele momento, Deus explicou que o cálice da iniquidade dos cananeus ainda não estava cheio (Gn 15:16). Durante um longo tempo de graça, a Bíblia registra a viagem de Abraão pela terra, construindo altares a Yahweh. Além disso, Ló vivia em Sodoma. Líderes como Melquisedeque eram verdadeiros seguidores de Deus, e Balaão foi pelo menos inicialmente um verdadeiro profeta de Deus, conhecido muito além de Israel e Moabe. As descobertas arqueológicas mostram que Balaão e suas mensagens eram conhecidos em outras nações, e talvez seja devido às suas profecias que os magos do Oriente encontraram Jesus ainda bebê. Embora o enfoque de Gênesis esteja em Israel, existem inúmeras evidências na Bíblia e fora dela de que Deus sempre tentou alcançar todas as pessoas e estava até mesmo procurando abençoar o mundo por meio de Abraão (Gn 12:1-3). Deus ofereceu aos israelitas a mesma oportunidade de arrependimento e salvação que deu aos cananeus. Cerca de oitocentos anos depois de tomarem posse da terra, Israel também foi expulso porque o seu cálice de iniquidade ficou cheio. Naquele momento, Deus entregou a terra para a Babilônia. Deus não tem favoritos.