Society & Culture
Quando Elisa Lucinda chega a algum lugar, o mar de Iemanjá se esparrama junto de seu corpo. É a ancestralidade, explica. “A condução do meu povo foi feita, espiritualmente, por Iemanjá. Até onde não tem mar, tem mar se eu estiver”. Sem ela, estaria sozinha. E sozinha, Elisa não anda. Filha da poesia na palavra, do Chefe do Quilombo de sua vida e da Dandara que foi sua mãe, saiu do Espírito Santo para ser no Rio de Janeiro. Ser mulher, uma resistente da palavra, do ofício e da liberdade. Eis a nossa entrevistada do segundo episódio de Passagens, série de entrevistas do jornalista Guto Alves e editada por Pedro Capello. Hoje aos 61 anos, se é que isso importa (ou talvez importe muito, vejamos), Elisa Lucinda está em cartaz com o sucesso “Parem de falar mal da rotina”, no Teatro João Caetano. Seu rosto, estampando o cartaz da montagem em que apresenta texto de sua autoria, pode ser encontrado cidade afora, em estações do metrô de um Rio que um dia a recebeu anonimamente. Veio de Vitória, Espírito Santo. Na bagagem, a poesia. Da poesia, a atriz, a cantora, a escritora, a mãe. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/passagens/message