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A ideia da hospitalidade brasileira e a esperança de uma vida melhor para a família trouxeram Lotsove Ivone e seus filhos ao Brasil. Entrevistada pelo repórter Rafael Nascimento de Souza, ela conta que eles fugiram da guerra no Congo pensando em encontrar paz – o que, por muitos anos, deu certo. Os filhos cresceram, estudaram e começaram a trabalhar. Moïse Kabagambe, descrito por ela como um “menino bom” chegou com apenas 11 anos ao país, e aprendeu a chamar o Brasil de casa. Tido como alegre e prestativo entre os amigos, Moïse trabalhava como atendente em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, até poucos dias atrás. Até ser morto, no mesmo quiosque, com socos, chutes e golpes com um pedaço de pau. Segundo a família, ele foi ao quiosque cobrar a diária de dois dias de trabalho que ainda não haviam sido pagos. Imagens das câmeras de segurança no local registraram o momento em que ao menos três homens espancaram o jovem congolês até a morte. Na tarde de terça, a Polícia Civil do Rio identificou e prendeu os agressores. Eles alegam que houve uma desavença que culminou em uma briga, e negam que o ocorrido tenha relação com a nacionalidade da vítima. Para Lotsove, a mãe de Moïse, o filho foi morto aqui da mesma forma como matam no país onde nasceram. A repercussão do caso tomou as redes sociais. Anônimos e famosos se solidarizaram com a família de Moïse e pediram por justiça, associando o caso a xenofobia e racismo. Congoleses, assim como venezuelanos e sírios, são as nacionalidades com maior número de pessoas refugiadas reconhecidas no Brasil. Pessoas deslocadas à força, levadas a abandonar suas casas devido a conflitos armados, violência generalizada ou violações dos direitos humanos. No Ao Ponto desta quarta-feira, o repórter Rafael Nascimento de Souza, que acompanha o caso, e a assistente social e coordenadora de integração local no Rio da Cáritas, Débora Alves, contam o que já se sabe do caso de Moïse Kabagambe, como anda a investigação da polícia e como a história do jovem congolês reflete também parte da realidade de refugiados que buscam uma vida melhor no Brasil.