Agrotóxico Acima de Tudo, Agronegócio Acima de Todos

Share:

Listens: 0

Politicamente Incorreto... E Ambientalmente Também

Miscellaneous


O que os primeiros dois meses de 2019 sinalizaram é que, no Brasil, o lema parece ser: agrotóxico acima de tudo, agronegócio acima de todos.  O governo Bolsonaro liberou 74 produtos relacionados aos agrotóxicos até fevereiro e, segundo dados do Greenpeace, agora já são 121. Desses, 50 deles são classificados como de classe 1, ou seja, extremamente perigosos e altamente tóxicos. São mais de 2000 agrotóxicos liberados para comercialização no Brasil. Ao mesmo tempo, apicultores brasileiros encontraram meio bilhão de abelhas mortas em três meses. Os casos foram detectados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Análises laboratoriais identificaram agrotóxicos em cerca de 80% dos enxames mortos no Rio Grande do Sul. Outros estados como Ceará, Goiás e o Distrito Federal estão vivendo o mesmo cenário.A morte das abelhas em decorrência do uso excessivo de agrotóxicos - principalmente nas plantações de algodão, milho, soja, batata e arroz - não é uma questão nova. Em São Paulo, o debate começou em 2005 e se intensificou em 2012. Mas parece que mudar a lógica é difícil, principalmente com tanta renda e poder concentrados no "agro é pop". Marina Lacôrte, diretora da campanha Chega de Agrotóxicos do Greenpeace é nossa convidada especial para debater os agrotóxicos, o agronegócio, as abelhas, mudanças climáticas e acesso à alimentação saudável.